Bianca Rossini é o que se pode dizer de “sucesso em Hollywood”. Atriz brasileira talentosa, Bianca decidiu encarar a dura disputa em Los Angeles e tem sido convidada para atuar em vários filmes. Seu trabalho começou a ser reconhecido quando Bianca viveu uma espírita cubana em “The Sentinel”, programa de televisão para a Warner Brothers TV, onde além de representar, atuou, dançou e fez a coreografia. Este programa, em que Bianca teve o principal papel feminino, foi todo filmado em Vancouver, no Canadá, e obteve as melhores críticas nos Estados Unidos. Bianca trabalhou como modelo em Milão e Paris, além do Brasil (onde começou) e fez vários comerciais importantes nos Estados Unidos, como para CyberCash, Polaroid, Levi’s, Budweiser, At&T, Coca-Cola, Sprint, Infinity, Sony, McDonalds, etc.
Natural do Rio de Janeiro, a atriz tem uma cena inesquecível: um tango super bem dançado com Richard Dreyfuss em “Moon Over Parador” e no comercial da Levi`s Mango-Tango. Alguns de seus outros trabalhos incluem personagens principais nos seriados Americanos: “Diagnoses Murder,” “Martial Law,” “Chicago Hope,” “Matlock” e os filmes “Bad Influence” and “Mobsters.”
Bianca contracenou com famosos atores americanos, entre eles Richard Dreyfuss, Dick Van Dyke, Arsenio Hall, Hector Elizano, Richard Romanus, James Spader, Christian Slater, sendo sempre citada pela crítica norte-americana como uma atriz versátil, honesta e de força. Ela estudou na Universidade de Maryland e Georgetown, além de ter feito cursos teatrais e de dança em New York, Paris e Los Angeles com professores renomados na América.
Mas o que mais tem chamado atenção do público americano é o novo “The Bianca Rossini Show”, produzido e apresentado pela atriz. O show é uma meia-hora de entrevistas baseadas nos títulos de arte, estilos de vida, moda, comida, saúde e outras surpresas vindas de seus convidados. Já estiveram no “The Bianca Rossini Show” personalidades como Hiro Yamagata (artista e pintor), Paul Mazursky (produtor, diretor e escritor), Robert Zuckerman (célebre fotógrafo), Dori Caymmi (guitarrista brasileiro, cantor e compositor), Barry Garron (crítico do “The Hollywood Reporter”), Monet Mansano (nominado para o Oscar e Emmy de maquiagem artística), Art Wiederman (CPA/Financial Consultant), Dr. Nikolas Chugay (plastic surgeon).
LandBrazil Entrevista Bianca Rossini
LANDBRAZIL – Você sempre quis atuar?
Bianca Rossini – Sim. Desde quando eu tinha três anos me envolvia em algum tipo de brincadeira que tivesse atuação, sendo em casa, na escola, na rua com meu irmão e outras crianças. Algumas vezes, quando eu estava com 9 anos, eu ia com meus pais para cidades pequenas de férias e organizava festival de música, dança e teatro com os meus primos e outras criancas. E para manter o entusiasmo do grupo eu comprava sorvete feito em casa no final do show para os participantes.
LB – Quem foi a sua maior influência no seu desenvolvimento como atriz?
BR –Minha mãe. Ela tinha inspiração e gostava da arte. Desde bem pequenininha ela me levou para aulas de atuações, música e dança. Ela estava sempre imitanto qualquer um da família, convidados ou outras vítimas. Eu sempre rolava no chão chorando de dar risada com as histórias que ela contava, mesmo que várias vezes repetidas. Ela me levou para filmes e dança. Uma vez eu ouvi Sophia Loren falando sobre sua mãe numa entrevista para Barbara Walters e ela disse: “Minha mãe era a real atriz”. E eu concordo.
LB – Como você foi convidada para atuar no “The Sentinel”?
BR –Na noite antes do meu teste, enquanto eu tentava ler o dialogo do meu personagem, a minha voz literalmente desapareceu. Eu tinha apenas pego uma terrível gripe. Para meu espanto, eu não fiquei nervosa com isto. Eu disse a mim mesma que não tinha nada com que me preocupar e fui para cama. No outro dia eu fui para o teste tentando ler as minhas falas enquanto dirigia. Depois da minha entrevista os diretores pediram que eu esperasse para fazer novamente para os produtores. Enquanto eu estava esperando eu vi outras cinco atrizes chegando para o mesmo teste. Todas estavam usando uma roupa preta sexy. Fora do normal, eu estava usando um blaser clara, eu pensei: “Eu deveria ter vindo de preto”. Durante a entrevista eu disse para os produtores que em três dias a minha voz estaria perfeita. E um deles falou: “Você está perfeita Bianca”. Dias depois eu estava em Vancouver para fazer o papel.
LB – O que você achou do seu papel?
BR –Eu gostei muito. Eu não fiz só a interpretação do papel, mas dancei e cantei. Papéis para mulheres, especialmente as latinas, dificilmente são escritos com substância. E o meu era excelente. Shows em TV são gravados muito rapidamente. Mas eu e o diretor James Marshall estávamos empolgados com o meu personagem daí ele criava tempo para podermos discutir idéias de como criar a melhor cena possível.
LB – Como surgiu a idéia de um show de entrevistas?
BR –Praticamente quase todas as pessoas que eu conhecia e que estavam no meio me incentivavam: “Bianca você tem que ter o seu próprio “Talk Show”. Desde pequena sempre gostei de ouvir as pessoas contarem as suas histórias. De uma forma geral elas se sentem
confortáveis comigo, e na maioria das vezes, revelam coisas bem íntimas. Para mim é natural. Por exemplo, durante as minhas viagens gosto de conversar com as pessoas, saber das origens, as mudanças e os destinos de cada um. Esta complexidade faz a vida de cada um única. Todo mundo tem uma história para contar.
LB – Quando você começou a produzir e apresentar “The Bianca Rossini Show”?
BR –No início deste ano.
LB – Eu fiquei impressionada com o seu charme, humor e confiança nas entrevistas, pois parece que você já vem fazendo isto há muito tempo. O seu show não tem edição, ou seja, a primeira gravação é a que vale. Como foi a adaptação à este formato?
BR –Eu atuo desde pequena e sempre me senti confortável seja no palco ou em frente à câmera. Então eu achei que iria ser uma experiência muito fácil. Porém, no meu primeiro show ao vivo, eu me lembro que eu senti como se eu estivesse tendo uma experiência fora do meu corpo, tal era a ansiedade, mas felizmente, ningém notou. Este tipo de formato realmente é bem exigente mas o mais importante para mim é ter uma boa equipe técnica pois daí eu me sinto mais a vontade para fazer o meu trabalho.
LB – Quais são os seus planos com o show?
BR –Eu gostaria obviamente de ter o meu próprio show em um canal principal de televisão americana e também criar um programa em português, produzido e gravado aqui para ser rodado no Brasil.
LB – Você prefere trabalhar com filme ou televisão?
BR –Eu prefiro trabalhar. Ponto.
LB – Você acredita em sorte?
BR –Eu acredito em destino. Eu sempre pensava que o destino era conseqüência unicamente do esforço próprio. Mas hoje eu entendo que você só pode fazer até certo ponto. Chega uma hora que você tem que deixar a vida fluir naturalmente.
LB – O que você mais sente falta do Brasil?
BR –A espontaneidade, calor humano e aquele jeitinho brasileiro musical de celebrar a vida.